Poesias
<> . T R A P E Z I S T A . <>
Autor: J. V. Kidy Galvão
Meu maior sonho era ser Trapezista
Viver nas alturas colhendo emoções.
Ser ovacionado por grandes platéias
Levando ao delirio muitos corações.
Sonhava sempre em voar sem asas
Nem que fosse por poucos segundos.
Viajar pelo mundo como Nomade
E dizer orgulhoso; sou Cidadão do mundo.
Porém: No grande Picadeiro da vida
Vivendo entre tombos, descidas e subidas,
Aprendi conviver com restrição.
Compreendi que a vida real as vezes nos trái
E obriga-nos a dar tripos saltos mortais
Sem platéia, sem aplausos e sem rede de proteção!
X X X
<> C I R CO . E S C O L A <>
Autor: J. V. Kidy Galvão
O Circo verdadeiro é uma Escola
Onde se aprende a 'Arte Milenar.'
Ser circense não é pra qualquer um
Somente aqueles que o picadeiro aceitar.
Não sou tradicional , não nasci no circo
Foi muito jovem que comecei a praticar.
Aprendi no picadeiro essa dificil arte
E hoje tenho escola pra isso poder falar.
Sou do tempo do Circo ' Pau Fincado '
Cobertura de 'Algodãozinho' ou 'Carne-Seca'
'Corda, Palomba, Cera e Parafina'
E arame 'Farpado' servindo de 'cerca.'
'Porta-voz' era o 'Alto-Falante'
Que hoje os 'novatos' chamam de 'Som'
Praticavel de hoje, hontem era 'Puleiro'
'Palhaço' era palhaço e hoje é chamado 'Clowm.'
Comédia e chanchada, hoje é 'Peça'
Entrada cômica e skets é 'Reprise montado...
'Secretário' hoje chamam de 'Relações Públicas'
Pano de Roda já não é 'Empanado.'
No circo não se cria mais nada
Não há novidade e tudo se copía
Quero ver 'Copiar': Palpitoso, Faisca, Piolin,
Carequinha, Chicharrão, Cascudo e Arrelia.
Hoje olhando a foto de um circo
No meu passado comecei pensar
No circo viví os melhores anos de minha vida
No circo aprendi essa 'Arte Milenar.'
Realisei o sonho de me tornar um 'Circense'
Estudei nessa 'Escola' adimirada e aplaudida
Fiz 'Vestibular' nos Palcos e Picadeiros do mundo
E me formei na 'Universidade da Vida'.
X X X
O . G R A N D E . C I R C O.
Autor: J. V. Kidy Galvão
Este mundo é um circo
Palco de encenações
De cenas reais vivida.
Nesse imenso circo coberto
Por um céu de lona azul
Somos exímios trapezistas,
Acrobatas, equilibristas,
Para sobreviver:
No grande picadeiro da vida.
Quantas vezes fazemos malabares
Prá alcançar nossos objetivos
E o sustento de cada dia.
No sobe desce-desce sobe da vida
No grande circo Universal
Somos bons contorcionistas
Palhaços, atores, ilusionistas;
Pra viver:
Temos que fazer até magia.
Assim a vida vai nos levando...
Pelo caminho do destino
Até chegar o dia da partida.
E na hora da despedida
Compreenderemos que tudo acabou.
Ao ver a bancada vazia
Sem platéia para aplaudir;
Para nós:
O espetáculo da vida terminou.
X X X
O CIRCO
Autor: J. V. Kidy Galvão
Hoje
Ao entrar no circo quase sem ninguem
Pude notar também
O trapézio no alto pendurado.
Solitários
Parecia até que sonhavam,
Com aplausos que rolavam
Da platéia outrora, no passado.
Triste
Não me conformava com o que vía
Se mesmo outro dia
A platéia delirava sem cessar.
Será,
Mentira ou verdade
Será esta a realidade
Então parei e comecei a pensar.
Dizem
Que o circo está morrendo.
Não acredito no que estão dizendo
O circo está vivo pode crer.
Lembramos que:
Para os tradicionais à esperança
É, enquanto existir crianças
O circo vai sobreviver.
E o circo
Com sua lona erguida
É o lar, o abrigo, É a vida
Nossa, minha, a sua,
Por isso
Vamos lá brava gente
Juntos seguiremos em frente
Porque, O ESPETÁCULO CONTINUA.
X X X
R O D A . G I G A N T E
Autor: J. V. Kidy Galvão
Conheci você tão jovem
A primeira vista nos apaixonamos
Já enamorados, no domingo fomos
Passear no parque de diversão.
Na roda gigante,
Quando estávamos nas alturas
Um beijo selou nossas juras
E começou ali, uma grande paixão.
Pouco tempo depois
Nossas vidas estavam unidas
Nossos corações dirigiam nossas vidas
Para nós, só a felicidade era importante.
Nunca esquecemos
Que tudo que entre nós rolou,
Um dia começou
Naquela roda gigante.
Plantamos nossas sementes,
Botões e rosas floresceram
Nossas vidas enriqueceram
De felicidades, de alegria.
Nosso amor
Cada vez mais aumentava
Só a gente não pensava
Que tudo ia acabar um dia.
(Tudo que é lindo um dia termina.
E você partiu e foi morar no Infinito)
Agora você me deixou,
Estou esperando meu mestre-senhor
Levar-me também, para o andar superior
E lá começaremos novas emoções.
Acredito eu,
Que estaremos juntinhos novamente,
Em uma roda gigante,
Em algum PARQUE DE DIVERSÕES.
* * * . C A R R O S S E L . * * *
Autor: J. V. Kidy Galvão
No meu começo de vida,
No bom tempo de criança.
Um pequeno carrossel,
Marcou muito minha infãncia.
No parquinho de diversões,
Eu ía sempre brincar.
Num cavalinho prateado,
No carrossel a galopar.
No sobe e desce-desce e sobe,
Viví minhas fantasias.
Imaginação de crianca,
Não conhece utopia.
Ingênuo das coisas do mundo,
Achava a vida um doce-mel.
Quantas vezes sonhei acordado,
No modesto carrossel.
Sei que fui muito feliz,
Naquele tempo de ternura.
Sem saber que nossa vida,
Pode ser cruel e dura.
O carrossel da saudade,
Que me deu tanta alegria.
É a lembrança de um tempo,
Que eu era feliz e não sabia.
Tomara que o carrossel da vida,
Nunca pare de girar.
E traga eternas lembranças,
De um tempo que não vai voltar.
E o cavalinho prateado,
Marco da minha infãncia.
Seja eterno nos meus sonhos,
E me faça de novo criança !